21 de jan. de 2011

Cânticos de Morte II (SONETO PARA MINHA MORTE)



(Homenagem ao Poeta Alvares de Azevedo. Este poema esta no Livro Pícaro)



Sinto que se eu amanhã morresse
não deixaria nem sequer um adeus,
não agüentaria alguns amigos chorando
e, lá de cima eu olhando, próximo de Deus.

Sei que a tristeza estaria com minha amada,
ela, com certeza, iria de mim se lembrar.
A ela deixarei a lembrança de beijos ardentes
e mesmo assim não queria vê-la chorar.

Muitos não entenderiam que aqui muito já fiz:
fui poeta, amigo, amante e até ator,
fiz tudo o que me deixava feliz.

Vou embora sem deixar rastro de dor
e se deixei algo a fazer, é porque não quis.
Se eu morresse amanhã, só deixaria amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário