20 de mar. de 2011

Da minha janela ( para @tyh_sato)

De minha janela vejo o lago
Vejo jovens tocando violão
De minha Janela vejo o afago
dois jovens em meio a sedução
A vida passa sob minha janela
Vejo Deborah com seu lindo passo
A menina parece uma tela
uma pintura de Picasso
De minha janela vejo a solidão
que vem chegando com a idade
De minha janela vejo agressão
demonstração da imaturidade
De minha janela vejo a rua
com pedras soltas e quebradas
De minha janela vejo a lua
Dona e senhora das madrugadas
Enfim, da minha janela vejo você
que passa por mim sem perceber

De Mário Augusto Pavani Para Tyh Sato

Sem cor, mas com luz



Surge do nada.
Em grafite, rabiscos.
Uma alma domada,
no papel só os riscos
de um lápis voraz.
E de madrugada
um rosto feliz.
Na folha borrada,
rosto de quem quis
ser tão capaz.
A bela seduz
o desenho se espalha
sem cor, mas com luz.


Poema de Mário Augusto Pavani

19 de mar. de 2011

O CELULAR


Aquele dia Patrícia levantou-se mais cedo. Queria aproveitar o dia que completava
quatorze anos. Estava feliz e ansiosa. Seu pai prometera dar-lhe um celular
destes com câmera e filmadora. Não via a hora de receber o mimo. Correu para
perguntar para sua mãe se o pai já havia acordado. Ao chegar ao quarto do pai
ouve um celular tocando. Sobre a cama um lindo celular toca uma campainha com a
música "Parabéns Para Você". Ela atende e ouve a voz de seu pai
desejando-lhe felicidades. Enfim ganhara o celular. Chorou. Abraçou seus pais.
E se apressou em ligar para as amigas.

Durante o dia todo recebeu ligações das amigas parabenizando-a pela data. Como ela não
desejava comemorar com festa, seu pai providenciou um jantar com os amigos em
sua própria residência. Patrícia não se cabia de tanta felicidade.

A menina não desgrudava do celular. Tirava fotos de tudo e todos. Na escola
divertia-se filmando as traquinagens dos meninos de sua sala. Um em especial.
Carlinhos, um lindo menino de quinze anos. Quase todas as meninas se derretiam
por ele. Era um rapaz agradável e muito simpático. Mas sabia que o garoto só
tinha olhos para Tiemi. A mestiça chamava atenção pela beleza exótica. Mesmo
assim, Patrícia dispensava uma parte de seu tempo na escola apreciando a beleza
de Carlinhos.

Numa destas tardes de amor platônico, Carlinhos foi até Patrícia e pediu para
acompanhá-la até sua casa. A menina aceitou sem hesitar. Ela residia a três
quadras da escola, mas seria uma maravilha percorre-las ao lado do garoto.

-Patrícia, preciso pedir uma coisa para você? - Diz Carlinhos um pouco tímido.
-Claro. Se estiver ao meu alcance! - Se prontificou esperando ser algo que ela
desejasse há muito tempo, ou seja, um beijo. O garoto pára e pega em sua mão. A
menina gela por dentro. Suas pernas estão bambas. É agora...

- Me dê uma força com a Tiemi? Você é super amiga dela. - Pediu Carlinhos com os
olhinhos mais tristes que Patrícia já havia visto. -"Desgraçado".
Pensou a menina. Patrícia estava decepcionada. Mas para não ficar mal com o
garoto aceitou a tarefa. No dia seguinte conversaria com a amiga sobre os
sentimentos de Carlinhos.

Chegou a sua casa triste e calada. Foi para o quarto e ficou diante do espelho
repetindo a frase: - “Como sou tonta"! Tinha vergonha do que via no
espelho. Ela era muito bonita e não deixaria um garoto qualquer acabar com seu
dia. Resolveu provar para si própria que poderia conseguir algo melhor. Ligou
para Tiemi e a convidou para ir ao Shopping. Vingar-se-ia de Carlinhos. Nem ela
e muito menos a amiga ficaria com ele.

Colocou uma roupa simples mais bem sensual. Camiseta com um decote generoso, calça
Jeans de cintura baixa salientando as curvas de seu corpo. Estava realmente
muito bonita. Aparentava ter dezessete anos. Olhou-se no espelho. Sorriu.
Estava "fatal". Aprovou o que viu.

Pouco depois chega a sua residência a bela oriental. Patrícia não queria acreditar.
Tiemi conseguia ficar linda de qualquer maneira. A menina trajava uma calça
Jeans larga, uma camisa xadrez em cima de uma camiseta branca, tênis velho, mas
estava exuberante. Patrícia se rendeu em pensamentos. Realmente a oriental era
uma adversária a altura. Mas Tiemi nem sequer sabia que era adversária dela.

Rumaram ao Shopping. No caminho Patrícia pensou em comentar sobre o pedido de
Carlinhos, mas desistiu. Precisava vingar-se dele. Seu celular tocou. Era o
Carlinhos. Para não falar seu nome próximo à amiga, chamava-o de garoto.

-       E aí garoto, o que manda?
-       Garoto? Patrícia você está estranha, tem algo errado?
-       Não. O que você quer? - Diz com raiva.
-       Calma, só liguei para saber se é verdade que você vai sair com a Tiemi?
-       Não. Eu e uma amiga vamos dar umas voltas.
-       Não se esquece de falar com ela, tá?
-       Valeu! - Desliga o telefone.
-       Quem era? - Se Interessa Tiemi.
-       Um garoto idiota. Está afim de mim!
Diz Patrícia. Seguido de uma gargalhada. As duas se divertem juntas. Sonham paradas
diante de vitrines. Entopem-se de sorvetes. Desfilam quando passa algum garoto
bonito. Riem. Parecem felizes. Mas apenas Tiemi percebe que olhos estão a
vigiá-las. Aonde vão são seguidas. Vez ou outra Tiemi olha para trás.

-       O que foi? - Pergunta Patrícia.
-       Não sei. Algo estranho. Parece que alguém está nos seguindo. - Diz Tiemi.
-       “Se liga”, não tem ninguém atrás de nós. - Comenta arrastando a amiga até a praça de alimentação. Patrícia se esquece da vingança. Conta para Tiemi que Carlinhos está interessado nela. Fica feliz por saber que Tiemi não gosta do garoto. Sem querer se vingará dele, afinal nenhuma das duas ficaria com ele. O assunto rendera um bom papo durante
o trajeto de volta.

No entanto Tiemi ainda estava com a intuição de que estavam sendo seguidas e
Patrícia num ataque de loucura vira-se e começa a gritar:

 - Pára de nos seguir. Palhaço. Vamos denunciar você. - Diz aos berros, sob olhares espantados. Tiemi não sabe onde enfiar a cara, de tanta vergonha. As duas gargalham. E não percebem que alguém se esquiva entre os transeuntes para não ser notado. A princípio pensando ser percebido. Mas ao notar que havia sido uma brincadeira da menina continua a
perseguição.
Ao chegarem defronte a casa de Patrícia o celular toca novamente. A menina vê o
nome de Carlinhos e mostra para Tiemi, depois desliga sem atender. Entram e vão
ao quarto de Patrícia. Da janela percebem que um homem está parado diante da
residência. Tiemi reconhece o rapaz:

- Aquele cara estava no Shopping. Sabia que estávamos sendo seguidas.
- É verdade. Você o conhece?
- Nunca vi nem mais gordo, nem mais magro.
- Espera meu pai chegar e ele leva você até sua casa. - Oferece Patrícia.
- Está bem, mas filma ele com o celular, depois mostramos ao seu pai.
- Boa idéia.
As meninas filmam o rapaz suspeito. Quando o pai da Patrícia chega, elas mostram o
filme. O homem não deu muita importância para o episódio, mas aconselhou-as a
terem cuidado. Depois foi com a filha levar Tiemi para a casa.

Passaram-se dias e não mais haviam visto o rapaz. Juntas o tempo todo na escola. Não
queriam dar chances aos assédios de Carlinhos. O garoto havia perdido as duas.
Embora nunca soube que Patrícia gostava dele. Como sempre as duas saíram juntas
do colégio e foram em direção a casa da Patrícia. Ao passarem por um bar,
reparam que o rapaz que havia seguido-as estava no balcão, então apertam os
passos. Olham para trás e o vêem caminhando atrás delas.  Com desespero e medo, começam a correr. Ao atravessar a rua passam pelo farol vermelho e um carro não consegue desviar.
Patrícia voa sobre o carro e cai na calçada. Tiemi enrosca-se no pára-choque do
veículo e é arrastada por dois metros. Uma multidão aproxima-se. Não demora
para o rapaz e Carlinhos se aproximarem. Ambulância e polícia chegam ao local.
São transferidas para o Hospital. Ambas em estado grave. Os pais foram avisados.

Tiemi, à medida que o tempo passava se recuperava. Patrícia não resistiu. Seu crânio
havia sido esmagado ao chocar com a calçada. A polícia investigou o rapaz, mas
não tinham nada contra ele. O rapaz jurou que só as seguiu uma vez, para saber
onde Patrícia morava, pois era apaixonado por ela. Sentia-se culpado pelo ocorrido,
mas não fora indiciado.

Patrícia fora enterrada com seu pertence favorito, ou seja, o celular. Mesmo sobre a
contrariedade da mãe da menina. Poderiam violar o túmulo para se apossarem do
bem material. Mesmo assim, seu pai sepultou-a com o celular.

A tristeza atacara Tiemi. A menina não comia. Estava fraca. Não estava tão bela quanto
era. Definhara-se aos poucos. Patrícia fazia falta. Era consolada por
Carlinhos. Ele estava sempre presente em sua casa.

Numa destas visitas, Tiemi resolveu ceder aos desejos do garoto. Aceitou namorá-lo. Mas
antes iria fazer algo um pouco estranho. A menina discou o número do celular de
Patrícia. Precisava pedir perdão por ficar com Carlinhos. Sabia que Patrícia o
amava. Carlinhos não disse nada, mas achou que Tiemi estava louca.
Provavelmente o celular não chamaria, pois não teria bateria. Mas ao contrário
do que Carlinhos achava o celular deu linha. Tiemi disse que estava chamando.
Carlinhos tomou o celular de sua mão e levou ao ouvido. Era verdade. Algum
safado havia roubado o celular da Patrícia. De repente alguém atendeu, mas nada
disse. Apenas uma respiração forte. Tiemi colocou no “viva voz” e disse:

- Amiga, desculpe, mas eu me apaixonei pelo Carlinhos. Gostaria de dizer isso
para você, pois sei o quanto o amava. Eu queria estar no seu lugar, se eu
pudesse. Você me perdoa? - Disse a menina chorando muito. De repente ouvem um
barulho. Ficam em silêncio.

- Se você o ama de verdade, seja muito feliz. Perdôo. - Disse Patrícia do outro lado
da linha. Depois o celular não mais atendia. Quando exumaram seu corpo, lá
estava o celular, desligado.



(Conto retirado do Livro "Caixas de Fóforos" de Mário Augusto Pavani)

13 de mar. de 2011

VERBO AMAR





Meu vocabulário não tem palavras
Para formular uma frase sobre você.
Procuro no dicionário do meu coração
Um verbo que rime com prazer.
Inútil, minha língua trava
No momento em que começo a ler,
A frase rima apenas com solidão
E não tenho mais palavras para lhe dizer.
No presente do indicativo eu a amo
Em primeira pessoa do singular,
Mas seu pretérito imperfeito que me amava
Em alguma conjugação deixou de me amar.
Concordâncias não cabem neste poema,
E poucos verbetes usei.
Não queria lhe ensinar gramática,
Mas mostrar o quanto a amei.


Brincadeira poética de Mário Auguto Pavani. (Coitada da gramática. Rsrsrs)

AVENIDA PAULISTA







O sol se foi
eu não o verei jamais,
conheço bem as sombras na avenida.
Tanto fez,
tanto faz,
o bem e o mal,
é mal na minha vida.
Eu olhei para a lua
e pela fresta da porta eu vi,
ela estava iluminando a avenida.
Foi aí que descobri:
só resta eu
e pedaços de sonhos,
além de uma dor para toda vida.
No meu quarto no terceiro andar,
apartamento trinta e dois,
eu fazia uma viagem louca
e quando a luz se apagou,
minha vida era tão pouca.
Se reconheço o bem,
se reconheço o mal,
eu já nem sei.
Só resta eu
e uma dor para toda vida. (que vida?)
Cadê o sol na avenida?
O sol se foi
e eu também.
Amém....

12 de mar. de 2011

A PONTE DO RIO DE MEL



O solavanco das ripas onde atravessei na infância não podia trazer medo.
A ponte era segura mesmo não parecendo, ela só assustava por causa do penedo.
O rio que embaixo corria chamava-se rio de mel, era ali que iniciava-se a vertente.
A paisagem era tão bela, um paraíso encantador, ali vivi dez anos indiferente.
Agora sei a importância daquela ponte dependurada, que sempre amava atravessar.
Sinto falta da infância, sinto falta do olho D’água e hoje tudo daria para um dia voltar.
Quero um dia voltar a ouvir a ponte gemendo, caminhar sobre ela, sentindo seu trepidar.
Sei que ao voltar eu encontrarei uma cidade diferente da minha Chapada do Céu.
Lá irei recordar as minhas doces aventuras na Ponte do Rio de Mel.


De Mario Augusto Pavani

8 de mar. de 2011

Cor de Rosa Choque


É difícil homenagear uma criatura que está todos os dias ao meu lado. Seja na internet, seja no trabalho, na igreja, no shoping, enfim...
Minha vida não teria sentido sem a presença forte e decidida da mulher. São da mulher os 365 dias do ano. Qual a importância de um homem sem a presença verdadeira de uma mulher? Eu confesso que sou dependente da mulher racional, da mulher emocional, da mulher engraçada, da bela, da forte ou até mesmo da frágil. Você mulher que de alguma maneira faz parte de minha vida, saiba que eu me rendo a sabedoria doce e eterna da força da mulher.
PARABÉNS!!!!!!!!



Composição: Rita Lee / Roberto de Carvalho

Nas duas faces de Eva
A bela e a fera
Um certo sorriso
De quem nada quer...

Sexo frágil
Não foge à luta
E nem só de cama
Vive a mulher...

Por isso não provoque
É Cor de Rosa Choque
Oh! Oh! Oh! Oh! Oh!
Não provoque!
É Cor de Rosa Choque
Não provoque!
É Cor de Rosa Choque
Por isso não provoque
É Cor de Rosa Choque...

Mulher é bicho esquisito
Todo o mês sangra
Um sexto sentido
Maior que a razão
Gata borralheira
Você é princesa
Dondoca é uma espécie
Em extinção...

Por isso não provoque
É Cor de Rosa Choque
Oh! Oh! Oh! Oh! Oh!
Não provoque!
É Cor de Rosa Choque
Não provoque!
É Cor de Rosa Choque
Por isso não provoque
É Cor de Rosa Choque


2 de mar. de 2011

Eu acredito nas pessoas




Eu acredito nas pessoas.
Não sei se é um defeito, 
Mas acredito nas pessoas.
Conheço alguém pela voz
pelo cheiro, pelo olhar.
Conheço alguém pelo silêncio
pelo ódio ou por amar.
Conheci uma pessoa assim
como descreverei agora.
Uma pessoa que ri com você
e com você chora.
Uma pessoa que te empresta o sorriso
e te doa um abraço de amizade.
Uma pessoa que ora por ti
quando sente saudade.
Um anjo que Deus emprestou
e que me protege todos os dias.
Uma pessoa comum, com sonhos
Dores, amores, tristezas e alegrias.
ainda bem que eu acredito nas pessoas.
Esta pessoa nem sabe a falta que faz.
Todos os dias vejo seu sorriso
na foto que "postou" algum tempo atras.
Todas as horas do dia ela brilha
com seu brilho todo natural,
falo de minha amiga Jocilia
meu anjo virtual e especial.



Parabéns por você ser a pessoa linda, amiga, irmã e meu Anjo especial.
Feliz Aniversário!!!! 

1 de mar. de 2011

Procuro Um Amor



Quando ouço a música "SEGREDOS" do Barão vermelho percebo que também estou à procura de um amor verdadeiro. Acho que já encontrei, mas como sabê-lo?

Perceberei se ao vê-la minha respiração ficar arfante? Se meu estomago "embrulhar" (agora sei o que são borboletas no estomago)? Se eu deitar pensando nela, sonhar com ela durante o sono e acordar querendo ligar para ela?

Talvez sim. Tudo isso acontece comigo. No entanto ainda procuro um amor. Um amor verdadeiro. O amor que sei que irá tirar-me o folego. Procuro um amor sincero, ousado, forte e incompreensível. Pois o amor não pode ser compreendido. O amor nasce, cresce e se um dia morre nos destrói. Quero um assim.

Não procuro um amor com limites. Quero um amor ilimitado. Aquele que se torna essência vital para os meus dias. Quero um amor sexual, espiritual, racional, mas às vezes irracional. Quero um amor fraterno, aberto e puro.

Onde encontrar um amor assim? Talvez ele esteja onde sempre esteve, aqui ao meu lado.







De Mário Augusto Pavani para Você. (Não desista de mim)

@bellpyetra


Bela música de minha amiga com voz de anjo. Entre no Youtube e comente.
Ouça a voz linda de BELL PYETRA